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"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

28 fevereiro, 2012

"Madura e agradável". Dá para repetir??

No final da minha segunda sessão de psicoterapia, depois de uma breve introdução sobre moi-même e de alguns desabafos sobre as razões que me levaram a entrar no consultório de uma perfeita desconhecida, sem quaisquer referências ou indicações, a minha interlocutora conclui a nossa conversa dizendo: "A Marta parece-me ser uma pessoa extremamente madura e agradável". Ta-tcham!! Se é assim... Se calhar já nem preciso regressar:) Pois é minhas amigas, não é preciso estar deprimido, com crises de ansiedade ou perante situações da vida calamitosas para procurar o apoio de alguém que, muito possivelmente, nos vai ensinar a olhar para nós, para os outros e para o mundo com outro olhos. O que eu gostava mesmo era de aprender a "digerir" algumas situações de forma mais saudável. Há quem tenha vindo com essa capacidade de "fábrica" - seus sortudos - mas há pessoas como eu, que têm um longo caminho a percorrer a esse nível. E até estou a desenvolver um certo gostinho por este processo. Este fim-de-semana dei por mim na secção de livros de psicologia de uma livraria a rir às gargalhadas com algumas histórias que demonstram a quantidade e variedade de crenças irracionais que cada um de nós constrói sobre si próprio e sobre os acontecimentos que vamos protagonizando. Eu também tenho as minhas, mas isso fica para outro post. Por enquanto deixo-vos com um título que é uma pérola: "Gente tóxica. As pessoas que nos complicam a vida e como evitar que continuem a fazê-lo". E com um ensimento fantástico de um psicólogo espanhol (Rafael Santadreu). Existem milhões de crenças irracionais mas que basicamente se podem resumir em três categorias: "eu devo", "tu deves", "o mundo deve". Digam lá se não é extraordinário... M.

2 comentários:

Ana disse...

Extraordinário mesmo...
Essa e uma das minhas reflexões recorrentes - porque é que, mesmo sabendo que esse tipo de pensamentos é o principal gerador de anxiedade e mau-estar na nossa vida, mesmo assim não nos conseguimos livrar deles... Num qualquer momento, estamos muito bem a tentar organizar a nossa vidinha, e zás! Somos atingidos por aquela sensação absorvente de que não estamos a agir como é suposto porque não é o "normal", não é o que o vizinho, o amigo, o marido, o mundo enfim, espera de nós. No entanto, e felizmente, muitas outras vezes também, descobrimos que TCHARAM! O mundo não gira a nossa volta... e se sairmos daquilo que pensamos ser o caminho certo, mas que nos contrange tanto, nos limita terrivelmente... não vai acontecer nenhuma catástrofe. E conseguimos assim caminhar com uma maior leveza por entre os fantasmas das obrigações e estar mais em paz connosco mesmos e, por conseguinte, com os que nos rodeiam.
Tanta criatura atormentada por aí... tanta crise existencial... e as razões em frente aos nossos olhos. E nós sempre a projeta-las nos sitios errados...
Tenho uma forte crença de que se estivermos realmente absorvidos naquilo que é importante para nós, tudo o resto acaba por ir ao sítio... Pelo que vamos lá então amar quem também nos ama, dedicar-nos a quem se importa connosco, fazer actividades que nos realizam, prduzir resultados que nos orgulhem, e pensar em como a vida pode ser incomensuravelmente simples..
Se nós deixarmos...

Marta Anico disse...

My dear, apesar de estar de acordo com a ideia de que é absolutamente necessário combater esses pensamentos tortuosos que nao nos levam a lado nenhum, ainda há muito caminho a andar até chegar a esse estado zen de nao "necessitar" de nada para ser feliz. Mas o mais perigoso mesmo é convencermo-nos de que o "certo", o "correcto" é fazer o que se espera de nós. Está mais que visto que nao dá bom resultado... Sair fora do esquema tem momentos que sao fáceis e outros que nem por isso; e mesmo quando o fazemos, de vez em quando faz-se sentir a pressao de regressar, de novo, ao caminho conhecido. Muitas vezes sem nos darmos conta, lá estamos outra vez a repetir os mesmos padroes.
Mas numa destas acertamos!