Apesar do Martim só ir para a creche em Setembro (vantagens de ser a esposa do chefe) dediquei os últimos dias a essa árdua (e complicada) tarefa de escolher um infantário para o nosso pequenino.
Para começar ainda não percebi bem a diferença entre creche, infantário, jardim de infância e afins. Para mim é tudo o mesmo, mas parece que não. Se me falarem em chinês devo por mais ou menos a mesma cara que quando falei com algumas directoras dos ditos "centros".
Ele há "centros" para todos os gostos e nem todos os bolsos. Dos mais pequenos e familiares aos que parecem ter instalações e propostas aptas para um curso de preparação universitária. Menús caseiros e catering. Aulas de inglés para bebés a partir dos 3 meses (?!!!) e visitas semanais do pediatra. E há que ler os "projectos educativos" de cada um para escolher, em consciência, o melhor para os nossos rebentos.
Como eu não espero que o Martim fale mandarim com três anos, nem que toque violino antes de ir para a primária, optei por uma creche familiar.
Pequena, pequena.
Com uma horta.
Com comida caseira.
Onde dizem que o mais importante é cuidar, mimar e brincar com os bebés.
Já vai ter tempo de fazer fichas e aprender o que for necessário quando chegar a altura certa. Sei que muitos pais e educadores pensam que quanto antes se começa a ensinar conteúdos melhor, que quanto mais "preparação" melhor, mais aptos estão para "enfrentar" o futuro.
Sinceramente não acho que o futuro se "enfrente". O futuro vive-se, de alguma maneira que ainda não sabemos qual vai ser.
Por isso estou mais preocupada em conseguir ajudar o Martim a desenvolver-se enquanto pessoa, em transmitir-lhe valores como a generosidade ou a honestidade, a importância do esforço e do espírito de sacrifício para conseguir alcançar as metas que ele própio se quiser propor. Ajudá-lo a ser uma pessoa feliz. Completa. E para isso não é preciso ir á universidade nem falar francês. A não ser que seja essa a sua escolha.
Acho que vou guardar este post no desktop para os momentos em que me vir tentada a encaminhá-lo por uma vereda que é minha, e não dele.
M.
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