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"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

08 fevereiro, 2012

Imigrante ou Estrangeira? Parte I.

Hoje tive (mais) uma experiência que me remete para essa categoria ambigua de "imigrante/estrangeira" num país cheio de cores e nacionalidades, onde nem tudo o que parece é. Assim à primeira vista e "ouvido", parece que sou espanhola (e não uso base cor de laranja!!), mas não. Por muito que domine o espanhol, pague os meus impostos e contribua para a segurança social deste país, sou uma "imigrante/estrangeira". Estes dois substantivos não são inocentes e a sua utilização depende de factores como a nacionalidade da pessoa em causa ou a sua profissão. Passo a explicar. Se se trata de um jogador de futebol português, uma modelo venezuelana ou um novelista norte-americano residente em Espanha, estamos perante um grupo de "estrangeiros afincados no país". Mas a empregada doméstica ecuatoriana, o pintor arménio, ou o pedreiro marroquino entram na categoria de "imigrantes". É tudo muito relativo. Dependendo dos dias e da pessoa com quem tenho de lidar, observo como me "encaixam" numa ou noutra categoria, e se houvesse um botão de "não gosto" como no facebook, já lá tinho ido clicar umas quantas vezes. Confesso (assim baixinho que ninguém me ouve) que há dias em que penso que deveria pedir a nacionalidade espanhola, só para facilitar os meus encontros burocrático-administrativos. Mas depois, a fúria de não poder tratar de qualquer tontice por não levar o documento indicado, passa rapidamente e esqueço o assunto. Também já pensei numa solução alternativa que consiste em levar ao pescoço (como os miúdos como o passe dos transportes) o BI, o passaporte e a folha a4 plastificada com o NIE (Número de Identificação de Estrangeira) e assim estar sempre preparada para as preferências individuais de cada instituição. Infelizmente, como esse acessório não combina com o meu estilismo pessoal, na prática estes encontros acabam por levar sempre bastante tempo. Mas não se preocupem porque para tornar estas situações mais emocionantes já tenho um kit de histórias biográficas imaginárias preparadas para deixar os meus interlocutores no mínimo espantados!! Cenas dos próximos capítulos: o cartão do centro de saúde; o expediente de casamento e outros que tais... M.