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"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

13 novembro, 2014

Montanha russa a domicilio.

Para quem passou mais tempo a tentar controlar que a deixar-se levar, continua a ser um exercício diário aceitar que nem tudo corre como gostaría, por muito que me empenhe e me esforce em alcançar determinadas metas.
Por outro lado, também continuo a receber cada vez mais sinais de que tudo chega a seu tempo, o mesmo é dizer que constato diariamente que o meu calendário nem sempre se cumpre.
Para cada boa nova que chega, acrescenta-se um pequeno obstáculo ou dificuldade.
Com cada alegria, uma preocupação.
A questão está em saber dar o peso certo a cada coisa. Ou como diz uma amiga, repetir regularmente um mantra de que gosto especialmente "nada disto tem significado". Ou seja, tem o significado que nós lhe quisermos atribuir.
Ultimamente temos vivido cá em casa uma avalancha de acontecimentos que nos têm deixado esgotados. Quase todos fogem do nosso controle, mas o balanço é bastante positivo.
As incertezas são muitas mas a vontade de continuar a percorrer o nosso caminho é mais forte que todas as dúvidas.
E temos muitos projectos a concretizar.
É isto.
M

29 outubro, 2014

Da genuina empatia.

Já há algum tempo que participamos com o Martim em actividades pensadas para bebés e respectivas familias.
Decidimos ir porque vivemos longe de familiares e amigos mais chegados e nos parece uma boa oportunidade para conhecer outras familias com crianças, para que o rapaz vá socializando com diferentes grupos para além dos coleguinhas da creche, para aprender (nós) e para tomar nota do que podemos fazer cá por casa.
Não vamos com o propósito de estimular o desenvolvimento de capacidades de forma precoce. Não somos partícipes de nenhuma forma de competição. Basicamente são uns momentos de diversão fora do contexto da creche, de casa e do parque.
Ora como já aqui disse, o Martim é um rapaz reservado nos primeiros contactos. É observador. Está atento a tudo o que o rodeia mas só se lança quando sente que está num ambiente seguro. Isto significa que se para os outros bebés o normal é ser activos, lançar-se a actividades, saltar, brincar e gritar e ninguém acha que tal coisa seja extraordinária - não se preocupem que o Martim faz tudo isto; em casa, claro - cada vez que o nosso petiz faz qualquer coisa, por mínima que seja, os outros pais aplaudem e incentivam e animam-nos.
Pois. No fundo devem pensar que se passa qualquer coisa com o puto. Nós também pensávamos, até termos percebido que ele é assim. Só precisa do seu espaço e do seu tempo. E que nem todos desenvolvem as mesmas habilidades, na mesma altura.
Se fosse ao contrário provavelmente agiria da mesma forma.
E agradeço a empatia porque sinto que é genuina.
É uma parvoice mas aquece o coração.


25 outubro, 2014

Manual de instruções, precisa-se.

E pronto.
Chegamos a esse momento em que o dia começa, se desenvolve e termina numa birra constante.
Sem saber como nem por quê, este é o nosso novo estado. Berreiro desalmado.
Já experimentei acompanhar. Ignorar. Dialogar. Gritar.
Seja qual for o método escolhido, o resultado é sempre o mesmo.
E estou cansada. Muito cansada.
Isto passa, não passa?
Digam que sim, por favor!!
Ai senhores...
Até já.

M.

21 outubro, 2014

Seis letrinhas apenas...

V-I-R-O-S-E

Não vos abandonei. Não desapareci.

Os rapazes cairam com gastroenterite e agora que estão recuperados e bons para as curvas doi-me desde o dedo mindinho do pé à raiz do cabelo. Conhecem a sensação??

I'll be back.

M.

16 outubro, 2014

Psicomotricidade vivencial. Experiência a repetir.

No sábado passado participamos num workshop de Psicomotricidade Vivencial para familias, que se revelou ser um momento de descoberta pessoal e de uma intensa explosao emocional.
As familias reunem-se numa sala, que parece um enorme e apetecível playground, onde as crianças podem soltar toda a energia que possuem e tantas vezes nos enlouquece.
Havia crianças maiores e mais pequenas que o Martim. Como habitualmente o petiz fica agarrado ao pai ou à mae, observando tudo o que o rodeia, com olhos muito abertos, sem perder pitada dos acontecimentos, mas quietinho e sossegado na sua zona de conforto e no seu espaço conhecido. Observa, ri-se, intuimos que se quer lançar mas ñ o faz. Também ñ se esconde. Fica e regista tudo o que acontece ao seu redor.
Nós, como pais implicados na criança, no seu desenvolvimento e na estimulaçao da sua autonomia, em incentivá-lo, tentamos pô-lo de pé, empurrámos disfarçadamente, adoptámos posturas mais próprias do yoga para evitar que se sentasse em cima de nós... E nada.
Uma das psicopedagogas chamava-o. Lançava-lhe pequenas provocaçoes. E nada.
E às tantas começa a bater e morder.
E eu a desesperar. Explodi. Mas o que demónios se passa com este puto???? Ñ gosta de nós?! Está zangado?? Por quê?????? O que vai pensar esta boa gente de nós? Família disfuncial, no mínimo
E ao mesmo tempo que eu tinha um ataque de choro daqueles com direito a baba e ranho, o Martim decide ir para o meio da galhofa, rir-se, brincar com miúdos e graúdos.
No fundo percebemos que ñ o podemos forçar a ter comportamentos que ele ñ está preparado para ter. Que, como nós, precisa de ter o seu espaço e o seu tempo para arrancar. Que se parece demasiado comigo. Que o que achamos que lhe convém, nem sempre é o que ele precisa.
Que ainda só tem 21 meses e isto só vai piorar!!!
Depois de hiperventilar até ver luzes amarelas a piscar estou mais descansada.
Parece que ñ somos caso único :)

14 outubro, 2014

Liberdade de voar.

Cada vez que olho para as pessoas que me rodeiam vou conseguindo perceber com maior nitidez a razão pela qual se cruzaram no meu caminho.
Algumas permanecem desde há muito. Estão lá sempre. Mesmo que se passem meses, às vezes anos sem nos vermos, mas sempre que a ocasião se proporciona é como se não tivessem existido interrupções. Tudo flui e prossegue naturalmente.
Há outras que chegam, estão e num dado momento partem. Nalguns casos de forma abrupta, até mesmo traumática. Mas passado algum tempo tambem essas peças encaixam no puzzle que configura a nossa existência.
Durante muito tempo desejei com todas as minhas forças que todos permanecessem. Que fizesse parte das suas escolhas, o que inevitavelmente conduz a uma deriva na procura da aceitação. Querer agradar a todos, gregos e troianos, sem saber muito bem por quê e perdendo de vista quem era no meio destas relações tão dispares. E quando se age assim tomam-se más decisões. Daquelas que nos envergonham, que queríamos apagar da nossa historia de vida.
Felizmente também são esses processos mais negros que nos dão a oportunidade de crescer. De nos centrarmos em quem somos, no que podemos oferecer e no que precisamos - e estamos dispostos - a receber.

Esta reflexão surge a propósito da M., uma pessoa com que me cruzei quando nasceu o Martim.
No passado teria procurado agarrá-la com todas as minhas forças. Mas não é assim.
Reconheço que está aqui, neste momento, para me indicar algumas portas e janelas no meu processo de crescimento pessoal. Isso não significa que as vá atravessar de mão dada comigo. Mas eme stá aqui. E eu olho para o que vai mostrando e experimento a total liberdade, qual borboleta, de voar e poisar onde bem me apetece. Ás vezes poiso e ela está lá. Outras vezes não me interessa nada a paisagem por onde deambula e fico onde estou. E é tão bom ter esta liberdade e esquivar as minhas própias rasteiras.

Obrigada M.

M.

13 outubro, 2014

O regresso, seguido de um aviso à navegação.

Deixei de vir a este cantinho há quase um ano.
Parecia ter tudo para ser mais um dos meus projectos iniciado com grande entusiasmo e abandonado de forma discreta e silenciosa depois de massacrado com a minha lista de razões para o deixar morrer sem pena nem paixão.
O cansaço, a falta de tempo, o tenho outras prioridades mais importantes, a quem lhe importam os meus pensamentos, para quê perder tempo a alinhavar pensamentos e emoções quando há tanta gente que dá melhor uso às palavras do que eu e descreve com facilidade e leveza o que me custa horrores processar e verbalizar?
Mas como a vida continua a dar as mesmas voltas e nos leva inevitavelmente aos mesmos sítios, é preciso quebrar os ciclos de vez em quando. E agir de forma coerente com esse desejo de mudança, de crescimento. As palavras até as podem levar o vento, mas as acções (e omissões) são mais dificeis de apagar.
Por isso, e seguindo os sábios conselhos de uma amiga que me disse que deveria procurar algo só meu, para mim, que me entusiasmasse e me permitisse canalizar a minha energia em qualquer coisa que não fosse o trabalho, a maternidade, a gestão doméstica ou familiar, que uma pessoa assim tende a esquecer-se de quem é e apagar-se, decidi regressar a este cantinho.
É um lugar conhecido e controlado por mim, o que me da a segurança que preciso para iniciar de novo este percurso.
Mas é também um espaço novo e aberto, onde espero partilhar de forma mais profunda os meus pensamentos e emoções. Sem receio de chocar quem lê com as minhas opiniões.
Já chega de andar em bicos dos pés para não incomodar. De calar para não levantar ondas. De olhar para o lado para não entrar em confrontações.
Mudei um bocadinho a imagem, mais leve e clara que a anterior. Também mudei a foto de perfil. Escolhi uma borboleta que para além de me trazer memórias de muita felicidade, ilustra não só a fragilidade mas também a liberdade de voar.
Vamos ver se desta vez consigo ser preserverante nos meus propósitos e se quem está desse lado se anima a participar neste diálogo cibernético.

M.