Acerca de mim

A minha foto
"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

11 dezembro, 2013

Dizem por aí...

... que sou um bocadinho desastrada.
"Torpe" em espanhol.
Vá "muy torpe".
Há um longo historial de aparelhos electrónicos avariados, um mix de peças partidas, óculos partidos por me sentar em cima deles, óculos que saem disparados por janelas de eléctricos em movimento, maçanetas que ficam na minha mão, torneiras que se abrem ao meio quando as abro...
Podia continuar mas acho que já dá para ficarem com uma ideia do fenómeno.
Há coisa de um mês compramos uma cadeirinha para o carro para o Martim. Uma cadeirinha top top. Supostamente só lhe faltava falar e subir cá a casa para fazer limpeza. Gira 360º sobre a plataforma apretando um botão, tem vários níveis de reclinação, etc e tal.
E eu só pensava "gira com uma mão???" Ok tenho que sentar o puto no chão, apertar o botão com uma mão e usar toda a força que me resta em empurrar com a outra, em todas as direções até acertar. Que se lixem os alemães e a tecnologia alemã!!!!!
E como se isso não bastasse. Quando conseguia sentar o rapaz, começava o festival de apertar os cintos... Meia hora depois, depois de esgotar o meu repertório de palavrões em vários idiomas, lá conseguia e pensava "qualquer dia entalo o puto, é inevitável, só não sei quando..."
Mas... Afinal parece que...NÃO SOU ASSIM TÃO DESASTRADA!!!!!!!!!!!!!
O príncipe resolveu ler as instrucções e...
Estávamos a apertar o botão errado e não tínhamos retirado o reductor que se usa para transportar recém-nascidos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Só demoramos um mês a perceber que alguma coisa não batia certo.
Fomos a tempo, não??
M
PS. Já fiz as pazes com os alemães e a sua tecnologia.

09 dezembro, 2013

Acho que a Normandia vai ter que esperar...

Só para dizer que estive a ver o mapa de França e a Normandia fica um bocadinho longe...
Muito, muito longe :(
Sniff, sniff...
E o Vale do Loire também, buááááááááá
Vou ali ver alternativas mais próximas.
M.

Oh la la!!!

Este fim-de-semana de quatro dias - fenómeno também cada vez mais raro por estes lados - foi aproveitado para fazer o que mais gostamos: viajar. E como estamos quase quase ao lado da fronteira decidimos ir até terras galas conhecer Bayona, Bordeus e arredores. Já conhecia Paris, Hendaya e a zona costeira entre Saint Jean de Luz e Biarritz e tinha gostado. Mas este fim-de-semana vim absolutamente rendida a França e aos franceses.
Que lojas mais magníficas senhores!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quando for rica (mesmo muito rica, tipo euromilhões) já sei onde ir às compras. Que sapatos, que casacos, que vestidos, que moda mais apetecível e diferente.
E as lojas de produtos alimentares? Os queijos e enchidos, o pão, os brioches e croissants, os doces (o que vale é que não gosto de macarrons nem afins), os chocolates, ai os chocolates!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E claro, nesta altura de mercados de natal de produtos locais tive que trazer algumas destas iguarias para casa: compotas, queijos, enchidos, pain d'épices, pão e vinho, claro.
Et voilá, rendo-me às evidências do bom gosto francês, visível desde a montra de uma padaria de bairro, peixaria ou talho dos mercados às lojas de delicatessens de foie ou caviar.
Não é que sejam lá muito simpáticos, conduzem pior que nós (sim, experimentem entrar ou sair de uma rotunda em França...), é tudo caríssimo, mas há um "je ne sais pa quai" que me deixou absolutamente rendida.
Pela terceira vez.
Acho que posso dizer que gosto de França e dos franceses (mas só dos que têm bom gosto, lol).
Próxima paragem: Normandia!!!
M.


PS. Não há imagens gráficas deste passeio porque o frio deixava-me duas hipóteses: a) tirar as luvas para comprar produtos locais; b) tirar as luvas para tirar fotografias. Ganhou a primeira...

05 dezembro, 2013

It's a boy. Segunda parte.

Estou feita...
Então não é que o Martim não só reconhece o som como fica absolutamente em transe quando vê uma mota a passar??????
Já quando foram as festas de São Mateus em Logroño e o levei a ver o desfile de cabeçudos e personagens históricos, a pensar que lhe iam chamar a atenção (tipo uma formiga a olhar para um elefante) eis que o puto vai e só girava a cabeça - qual boneco do exorcista - para ver as scooters da protecção civil que encabeçavam o desfile.
Não liguei muito na altura. Mas desde então rendi-me às evidências.
O rapaz gosta de motas.
Ponto final parágrafo.
M.

03 dezembro, 2013

Profecia cumprida...

Ao contrário de anos anteriores em que decorava a árvore de natal no dia 8 de dezembro, este ano decidi antecipar uma semana este grande momento.
Com a desculpa de não estar em casa no dia 8 (fim de semana prolongado de 4 dias, nem dá para acreditar) e emocionada com a chegada do cd do Michael Bubblé - sim, esse que está a dar tanta polémica no facebook, lool- decidi que as tradições se devem adaptar aos tempos modernos e que, a partir deste ano, o dia 1 de dezembro vai ser o dia oficial das decorações natalícias.
E enquanto reunia todos os materiais necessários para começar a partilhar o meu espírito natalício alguém disse "sabes quando é que o Martim vai começar a gatinhar??", hummm "não sei... quando lhe apetecer?!", "Não!! Quando acabares de montar isso tudo".
Dito e feito.
24 horas depois de ter terminado de decorar a árvore de natal mais bonita dos últimos anos, o pequeno destroyer começou a sua perigosa aproximação a tudo o que brilha e pendura do pinheiro.
Quer-me parecer que nao aguenta até aos reis...
M.

29 novembro, 2013

Nas nuvens.

Isto de dormir agarradinha ao chefe tem as suas vantagens.
Enoooormes vantagens.
Uma delas é que de vez em quando me ofrece uma manhã livre para fazer o que me der na telha.
Claro que para mim, como para grande parte das mulheres que conheço, o conceito "manhã livre" é um bocado confuso... Livre de quê? Livre para quê? E em vez de me dedicar ao dolce far niente que a minha amiga Marta defende tão entusiasticamente, aproveito para fazer tudo o que não faço nos outros dias. Entro num frenesim do tipo "o mundo acaba se não aproveitar o dia de uma forma útil" e lá vou arrumar a arrecadação, organizar armários, vou às compras para abastecer a despensa para um mês, cozinho e encho o congelador de tupperwares para duas semanas, e por aí fora. O resultado costuma ser bastante previsível: acabo mais cansada que o habitual e a pensar, foi para isto que fiquei em casa?!!!!
Devo dizer que não foi o caso hoje, ehehehehehe.
Levantei-me para ajudar o príncipe a vestir e dar o pequeno almoço ao Martim mas depois... Adivinhem lá????
Deixo aqui uma pista...
M.


25 novembro, 2013

Um friozinho no estômago...

Esta tarde, estava no quentinho de casa a brincar com o Martim quando recebi um telefonema.
"Estou a ligar da lavandaria. Era para saber se podia vir buscar o vestido que deixou a limpar antes de sexta-feira. (Pausa longa). É que na sexta fechamos. Definitivamente".
Engoli em seco. Senti todos os matizes na voz da senhora, que falava muito pausadamente. Percebi tudo o que não disse.
E depois de desligar fiquei com um nó na garganta que ainda não consegui desfazer.
Pensei pela milésima vez que sou uma privilegiada. Com uma vida sem preocupações. Que devia agradecer todos os dias por esta benção que é ter saúde, amor e trabalho. E agradeço.
E entretanto tento não pensar no pai e filho que vi no outro dia ao lado dos contentores do nosso prédio com um carrinho de supermercado onde levavam um cobertor e almofada. E no rapaz que vi a pedir e a chorar em Zaragoza. E na senhora da lavandaria que sexta-feira fica sem trabalho.
Mas há dias como este em que não consigo deixar de pensar "e se...".
A vida muda a cada segundo e sei de sobra que há muito pouco que se possa controlar.
Espero que os "e se..." não cheguem nunca.
M.

22 novembro, 2013

Há coisas que nunca mudam.

Um destes dias lia o blog de uma amiga e revia-me na forma como descrevia a sua incessante busca de si própia. Uma busca que, para chegar à nossa essência, ao nosso interior, passa muitas vezes por procurar fora uma série de coisas que nos preencham, que nos motivem, que traduzam de alguma forma aquilo que somos e levamos dentro.
Há quem o encontre na sua profissão, na forma como ocupa o tempo livre, no modo como desempenha os múltiplos papéis que configuram a nossa personalidade. Há quem tenha as ideias muito claras e há quem continue à procura. Juntando as pequenas peças do puzzle da vida, pouco a pouco.
Mas o mais reconfortante desse processo que nos leva a experimentar um bocadinho de tudo é saber que há coisas que não mudam nunca, que são o nosso porto seguro, que fazem parte dos nossos referentes. Que mesmo não sabendo tudo acerca de si própio, sabemos alguma coisa.
Eu SEI que ADORO o Natal.
Não sei por quê. Simplesmente é assim. Começo a sentir uma alegria e um entusiamo sem sentido aparente mas que me enche a alma para uma série de meses. Adoro pensar nas decorações que vou pôr. Nos pratos que vou cozinhar. Na música que me vai servir de inspiração. Por mim comprava lençóis, toallas, loiça, canecas tudo com decorações de natal. E desde o dia um de dezembro até ao dia de reis vivia neste meu mundo que me aquece o coração.
E por que não?
Vamos começar a tratar disso.
M

12 novembro, 2013

It´s a boy.

Já tinha ouvido algumas amigas partilharem as suas experiências sobre as diferenças de género entre bebés do sexo feminino e os do sexo masculino. Diferenças que se manifestam nas preferências de jogo, na linguagem corporal, na forma como interagem com os que os rodeiam, nos pequenos grandes passos no seu desenvolvimento, etc.
E prontos.
Não há dúvidas de que o M. é um rapaz.
Adora dar-me cabeçadas e rir-se a seguir.
A parte mais interessante dos peluches são as etiquetas ou os bigodes ou qualquer outro elemento que possa morder e tentar arrancar.
Os brinquedos servem basicamente para duas coisas: atirar para o chão e bater contra a parede. Mais pedagógico impossível.
A tampa do leitor de dvd já desapareceu.
Já partiu um copo.
O móvel da sala está cheio de marcas porque os cds são uma variante dos brinquedos: servem para bater contra o móvel.
Voilá. E tudo isto com 9 meses.
M.

08 novembro, 2013

Violência gratuita ou coisas que dão vontade de vomitar.

Não sei qual é a vossa opinião em relação a este assunto.
O debate não é novo, mas parece-me que ultimamente se atingem níveis que extrapolam todos os limites morais.
Refiro-me às imagens que ilustram visualmente as notícias mais abjetas, violentas e espantosas que enchem os telejornais de todo o mundo.
Não há guerra sem crianças feridas, não há ataques suicidas sem corpos desfeitos, tiroteios sem sangue, miolos e tripas à mostra, tudo da forma mais gráfica possível.
Nas últimas semanas fomos agraciados com a sorte de poder ver como um homem espancava uma mulher até à morte no sul de Espanha e como um grupo de mossos (policia urbana de Barcelona) pontapeava também até à morte a um empresário local. E repetiram. Em todos os canais. E agora com som para se ouvir bem como gritam.
Sou só eu que ao pensar nisto tenho vómitos??????????????
É mesmo preciso, a bem do dever de informar e do direito à informação?
Ondem estão os limites? Não há?
Devia haver...
M.

07 novembro, 2013

Há já dois meses que não venho a este cantinho...

Não é que não tenha vontade de escrever e partilhar pensamentos à deriva.
Não é que tenha esgotado temas e assuntos para debater.
Diria que se trata mais de uma questão de eficiência energética. É que ao contrário dos electrodomésticos clase A, depois de um início de ano lectivo algo agitado por constipações, bronquiolites, gastroenterites e outras coisas terminadas em -ites, tenho andado a viver das (poucas)reservas de que disponho, o que me confere uma categoria tipo D ou F. Muito pouco eficiente, portanto.
Mas como não há "mal" que sempre dure, parece que finalmente vamos entrando nos eixos - uns mais que outros, coff coff - e se retoma alguma "normalidade" dos dias de outono que umas vezes dão para muito e outras não dão para nada.
E não julguem que estive de perna esticada no sofá. Se bem que de vez em quando... Ora bem, durante esta ausência tive:
Dois casamentos e meio. Ehehehehe.
Um batizado.
A nossa primeira viagem a Lisboa com o M.
O regresso ao ginásio.
A impossibilidade física de ir às danças.
O retomar interrumpido do trabalho.
Muitas dúvidas e...
Muito sono!!!
Conclusão: Sou uma marmota. É um facto. Tenho necessidades especiais. Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
M.


P.S. Vamos ver se é desta que consigo aqui espreitar com mais regularidade.


11 setembro, 2013

Num futuro mais ou menos imediato...

Acho que já aqui tinha comentado que vivo num prédio que mais parece o estudio de ensaios da banda de música local.
Ora recapitulemos.
O vizinho de baixo toca piano. As mesmas duas melodias, over and over and over again (e nem por isso melhora).
Os do lado tocam viola. Pai e filho.
Os do outro lado têm um aspirante a trompetista - ou a qualquer outro tipo de metal que ainda não consegui identificar.
E o de cima, que não sabemos se existe ou é fruto da nossa imaginação, só aparece de vez em quando para nos deleitar com os acordes de uma guitarra eléctrica.
E como se isto não bastasse temos uma nova estrela. A que faltava. A voz. Sim, tenho um vizinho que ensaia escalas de voz como se fosse cantar no Scala de Milão.
É caso para dizer, se não os podes vencer une-te a eles. Vou recuperar a minha flauta da escola e tocar o hino da alegria vezes sem conta. É a única música de que me lembro. Podem já começar a ensaiar os aplausos:)
M.

O regresso à escola: Creche 2 - M&M 0

Pois é. Uma semana depois de regressar à creche, e depois de um mês de julho que foi um passeio pelas nuvens, parece que sucumbimos ao efeito demolidor dos virus e bactérias. Depois de uma semana de amuos, brincadeiras e regresso às rotinas há duas baixas cá por casa. Começaram os xaropes, o paracetamol tamanho familiar e a devastação da selva amazónica à conta da quantidade de lenços de papel que por aqui se gastam diariamente.
Uma pessoa já tem uma idade para, pelo menos, tentar manter a dignidade perante o inevitável. E ainda agora começámos.
Mal posso esperar pelo inverno...
M.


20 julho, 2013

Ainda a propósito do fim-de-semana.

Não sei se já vos disse mas no fim-de-semana passado fizemos uma escapadinha a Roncesvalles, Navarra, onde começam (ou acabam?!) os Pirinéus. E onde pensava que tinha inicio o caminho de Santiago. Também pensava que Roncesvalles era uma vila assim para o grandota.

Descobri que o caminho na realidade começa em França, em Saint Jean de Pied du Port, e descobri que Roncesvalles é uma "paragem" com uma igreja, um albergue de peregrinos, dois restaurantes e um hotel (antigo hospital de peregrinos) e muita, muita natureza em estado puro. Só, e não é pouco.

Para além do passeio em Saint Jean, das visitas a pueblos locais e de uma pequena incursão pela Selva de Irati o melhor foi a sensação de férias, de descanso, de prazer partilhado com os rapazes cá de casa e, aparentemente, com todos os que andavam por ali a deambular como nós. Descontração generalizada, apesar dos escaldões e das bolhas nos pés que pululavam ao nosso redor, porque ao que parece a primeira etapa do caminho é das mais duras. Afinal de contas só têm que atravessar os Pirinéus.

Também foi a estreia do Martim nestas aventuras rurais de que tanto gostamos. E aguentou melhor que nós!!! Tem um fascínio pelas árvores e pelo verde que o deixa hipnotizado pelo que deve ter estado perto do seu paraíso particular.

E dei por mim a perguntar: então, se já estive em Saint Jean e em Santiago, e basicamente em todas as capitais de provincia entre o ponto de partida e o de chegada, poderá dizer-se que já fiz o caminho de Santiago?!!!

M.

Uma espécie de balanço.

Há duas semanas que voltei a trabalhar depois de dez meses em casa. Há duas semanas que o Martim começou a sua aventura na creche. Há duas semanas que estamos todos mais felizes e mais alegres cá em casa.

Apesar da culpa e ansiedade iniciais que sentia ao deixar o pequenino com "desconhecidos", não há nada como constatar a alegria que mostra quando lhe pegam ao colo de manhã e o bem-disposto que está quando o vamos buscar para saber que está tudo bem. O passarinho não só voa como faz piruetas enquanto descobre esta nova vida que partilha com outros passarinhos. E como é o mais pequenino, tem uma legião de fãs de palmo e meio que o despedem todas as tardes com uma ternura que até comove. Espero que se prolongue este "estado de graça" e continue a gostar de partilhar os seus dias com os outros meninos.

O meu próprio "regresso à escola" correu melhor do que pensava. Temia um estado de confusão total e uma inaptidão generalizada, mas feliz e supreendemente, não foi assim. Claro que às vezes tenho assim um bloqueio e não me lembro onde tenho guardados os ficheiros, como é que se faz uma coisa ou outra, mas a alegria de retomar a minha vida profissional é tal que tudo se resolve. Antes ou depois. Parece que até respiro melhor, que estou mais alta e descobri que até sou uma profissional reciclada bastante razoável. Yei!!!!!

O príncipe/chefe está feliz da vida e pela primeira vez nestes dez últimos meses começa a descontrair. De verdade.

Só me resta agredecer, portanto. Estamos todos bem. Felizes. Com saúde. Não posso pedir mais nada à vida.

Weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.

M.




28 junho, 2013

Passarinho voa , voa:)

Hoje foi dia de muitos afazeres e compras várias para preparar a estreia do M. na creche. Pois é, o petiz já tem cinco meses e meio e na próxima segunda-feira começa a creche. Glup...
Sim, vai porque decidimos que era o melhor para todos.
Sim, podia ficar mais tempo com ele em casa.
Sim, mas...
Como diz a minha amiga Amber "we're not stay-at-home-mum material" e eu já estou em casa desde o dia 1 de setembro!!! Nunca tal me tinha acontecido na vida. Estar em casa. Só. Só, que é como quem diz... Trabalha-se muito, muito mesmo, mas o projecto doméstico não é para mim. Preciso de voltar a trabalhar, de unir a minha dimensão professional a todas as outras que configuram a minha identidade. Sendo mais completa sou mais eu. E o M. vai agradecer uma mãe "equilibrada" em vez de uma mãe frustrada.
Mas nem toda a gente percebe a minha decisão, e sob a capa de comentários "respeituosos" - daqueles que não evitam um leve arquear de sobrancelha ou um sorriso forçado - vou sentindo na pele os juízos de valor de algumas pessoas que não compreendem esta opção. O que me irrita. Profundamente. Como se gostasse menos deste tesouro por isso. O fosse pior mãe por entregar o meu filho nas mãos de estranhos.
Não é verdade. Não amo mais nem menos o M. que qualquer outra mãe em relação ao seus filhos. Seja qual for a escolha vital e educativa que tome.
E não é nada fácil.
Ontem fomos à nossa primeira reunião de pais e vim de lá a chorar que nem uma madalena, lol. Vai ser bonito na segunda-feira...
Mas o M. não é "meu" e este é o seu primeiro passinho para aprender a voar fora do ninho, e conhecendo sempre o caminho de regresso a ele.
A angústia da separação que pensava que era coisa que só acontecia aos outros já se instalou e hoje fui buscar o meu passarinho a meio da noite para dormir comigo. Porque estava "inquieto". Ou seria eu?! O que é certo é que, por umas horas, fiz de conta que o podia proteger de todos os perigos e ameaças. E dormimos os dois juntinhos e sossegadinhos.
Acho que o príncipe nem deu por nada:) Tenho de lhe preguntar!
M.

24 junho, 2013

Dos dias para esquecer...

Há dias assim, em que parece que estamos a protagonizar um episódio inteiro de apanhados...

Tudo começou pela manhã, com as tarefas domésticas em curso, lavar, estender, preparar o almoço e de repente ouviu-se cá por casa um som surdo contra a parece e outro mais estrepitoso contra o chão. Fui eu a cair - vá lá que sentada - depois de uma descida de tensão daquelas em que se deixa de ver e ouvir para passar a ter um calor menopáusico. Fiquei sentada ao lado do Martim, que achou que era uma grande brincadeira e ficou a olhar para mim todo bem disposto:)

Depois dos afazeres concluidos agarrei no petiz e lá fomos caminho da farmácia para comprar meia dúzia de coisas. Iamos felizes e contentes quando senti uma sensação estranha e comprovei que a minha carteira tinha desparecido. Bem, pelo menos não foi na altura de pagar...

Lá desfiz o caminho de volta a casa com os olhos pegados no chão, revolvi a casa inteira, voltei a sair acompanhada pelo príncipe e andamos a espreitar em todos os caixotes do lixo do bairro, não fosse algum amigo do alheio a tivesse atirado para lá depois de descobrir que levava uns 30 cêntimos in cash...

Aqui tenho que fazer uma pausa para alertar a quem nos possa ter visto nessa figura e a mim há uns tempos no cash converters a ver-me livre de inutilidades que não, não estamos na penúria, lol.
Bem, lá tive que telefonar ao banco para anular o cartão multibanco, assumir que tenho que ir a consulado de Madrid tratar do cartão do cidadão (um pesadelo, acreditem) e que tinha que ir à polícia denunciar o extravio dos documentos.

Chego lá, à polícia, onde fui atendida por uma agente tão simpática, mas tão simpática que até o tiranosaurus rex iria estar incómodo... "Faça favor de ler a declaração e confirmar que está correcta". Hummm...Que eu saiba não sou um homem, não perdi um português (?!!) e não tenho conta na Caja Laboral...

Acham que já acabou?! Não!!!!!!!!!!!!!!!

Voltei para casa para acabar o dia com uma queimadura num dedo na tostadeira e para concluir em beleza, bebi um copo com água de lavar morangos. Não recomendo a ninguém:)

E pronto. O meu Domingo foi assim.

O que será que vai acontecer hoje???

M.

21 maio, 2013

The muppet show.

Não amigas, não vou falar sobre essa série que marcou as nossas infâncias com o sapo cocas e a miss piggy.

Este show refere-se à experiência muppetiana que tenho sempre que entro na frutaria do bairro, propriedade de um casal de velhotes que foram envelhecendo juntamente com a clientela e o estabelecimento. E perguntam vocês, e pergunta o meu príncipe, mas por quê razão vais a essa frutaria quando há tantas outras com muito melhor aspecto?

Ora porque é a única que inclui no preço dos tomates e das bananas um show inigualável.

Se não acreditam aqui vos deixo duas pérolas recentes:

Eu: Então e os morangos, estão bons?
Sr. Fruteiro: Os morangos?!! Os morangos não sabem a nada!!!! São a fruta mais deslavada do mundo!! Os morangos, os morangos. Nenhum presta!!

Eu: Queria 4 bananas, meio kilo de morangos e 6 pêssegos se faz favor.
Sr. Fruteiro: Pêssegos?! E quer os pêssegos para quê?! Só se for para jogar à bola porque não servem para outra coisa!!!!

E "prontos", tenho dito.

M.


14 abril, 2013

Rectificar é de sábios.

Depois do meu discurso sobre os jardins de infância familiares, que mantenho enquanto preferência "teórica", houve aqui uma mudança de planos.

Só depois de ter escolhido a creche da horta é que reparei num pequeno pormenor. Ñ tinha berços!!!!!!!!!

Teoricamente só recebem bebés que já se sentam e gatinham. Mas como eu ñ sei exactamente quando vou levar o Martim, nem o que o rapaz vai conseguir fazer nessa altura, achei que é melhor prevenir que remediar e procurar um sitio para "bebés".

Recomeçou a busca e depois de pesar prós e contras, a escolha recaiu sobre os Salesianos. Podiamos dizer que se trata do parente pobre dos colegios aqui de Logroño, por preço e número de alunos, porque ñ tem o "prestígio" (leia-se a "parvoice") de outros colegios, mas esse aspecto acaba por se transformar numa enorme vantagem: só há dois bebés numa sala de 8!! Atençao mais personalizada só mesmo em casa:)

E um dos aspectos mais positivos, para além da proximidade que recebemos no trato, foi a empatia com o espaço que sentimos os três. Está no meio do "campo", com uns jardins que rodeiam todos os edificios maravilhosos e onde se respira uma paz especial, e onde o Martim esteve acordado e a rir-se o tempo todo que durou a visita. Espero q se mantenha assim de receptivo quando se vir por lá "sozinho".

Já sei que ñ é "cool" levar o miúdo a um colégio, ainda menos se é religioso, mas sabem que mais? Ñ estou nada preocupada em ser cool e, uma vez mais, vou seguir o meu/nosso instinto.

Espero que o Martim seja muito feliz nesta aventura que vai começar em breve.

M.

08 abril, 2013

À procura do jardim de infância perdido

Apesar do Martim só ir para a creche em Setembro (vantagens de ser a esposa do chefe) dediquei os últimos dias a essa árdua (e complicada) tarefa de escolher um infantário para o nosso pequenino.

Para começar ainda não percebi bem a diferença entre creche, infantário, jardim de infância e afins. Para mim é tudo o mesmo, mas parece que não. Se me falarem em chinês devo por mais ou menos a mesma cara que quando falei com algumas directoras dos ditos "centros".

Ele há "centros" para todos os gostos e nem todos os bolsos. Dos mais pequenos e familiares aos que parecem ter instalações e propostas aptas para um curso de preparação universitária. Menús caseiros e catering. Aulas de inglés para bebés a partir dos 3 meses (?!!!) e visitas semanais do pediatra. E há que ler os "projectos educativos" de cada um para escolher, em consciência, o melhor para os nossos rebentos.

Como eu não espero que o Martim fale mandarim com três anos, nem que toque violino antes de ir para a primária, optei por uma creche familiar.

Pequena, pequena.

Com uma horta.

Com comida caseira.

Onde dizem que o mais importante é cuidar, mimar e brincar com os bebés.

Já vai ter tempo de fazer fichas e aprender o que for necessário quando chegar a altura certa. Sei que muitos pais e educadores pensam que quanto antes se começa a ensinar conteúdos melhor, que quanto mais "preparação" melhor, mais aptos estão para "enfrentar" o futuro.

Sinceramente não acho que o futuro se "enfrente". O futuro vive-se, de alguma maneira que ainda não sabemos qual vai ser.

Por isso estou mais preocupada em conseguir ajudar o Martim a desenvolver-se enquanto pessoa, em transmitir-lhe valores como a generosidade ou a honestidade, a importância do esforço e do espírito de sacrifício para conseguir alcançar as metas que ele própio se quiser propor. Ajudá-lo a ser uma pessoa feliz. Completa. E para isso não é preciso ir á universidade nem falar francês. A não ser que seja essa a sua escolha.

Acho que vou guardar este post no desktop para os momentos em que me vir tentada a encaminhá-lo por uma vereda que é minha, e não dele.

M.

Pequena pausa e novidades recentes.

Não é que tenha abandonado a escrita do blog ou que não tenha pensamentos à deriva para partilhar, simplesmente tenho optado por gozar da maternidade e de todos os bocadinhos que posso passar com o Martim. O tempo passa a voar, é um facto, pelo que mais vale aproveitar agora e não arrepender-me mais tarde.

E também confesso que nos poucos momentos "livres" que tenho tido, a actividade que mais me tem ocupado tem sido, tcha tcham, o NADA. Ficar no sofá durante cinco minutos a olhar para o vazio (ou para o tecto) tem sido altamente reconfortante em certas ocasiões.

Já ultrapassámos as loucuras das primeiras semanas e já vou conhecendo melhor o Martim o que nos trouxe alguma estabilidade. Já nos organizamos melhor, saímos com o nosso pequenino, passeamos e até já fomos passar uns dias a Madrid para que o conhecesse toda a família e amigos. E sobrevivemos, lol.

Voltei a fazer exercício, coisa que o meu corpo pedia a gritos, fui conhecendo outras "jovens" mães como eu e fazemos alguns planos em conjunto, organizo sessões de cinefilia cá em casa com o príncipe senior (o último que vimos foi Argo, muito recomendável por sinal)

Parece que o Martim leva toda a vida connosco e mesmo quando não sabemos bem o que precisa ou o que fazer, já vamos tendo mais confiança e os muitos medos que nos assolaram no início vão-se dissipando (ou sendo substituidos por outros).

Continuo a ser a mesma Marta, a mesma pessoa, com múltiplas facetas e dimensões, com necessidades e interesses variados, mas sem dúvida alguma mais feliz, mais completa, e a aproveitar para a aprender tudo aquilo que o Martim nos quiser ensinar.

Espero não estar tanto tempo sem dar notícias, mas se estiver já sabem que é pela melhor razão do mundo.

M.

31 janeiro, 2013

Ano Novo, Vida Nova

Faz hoje um mês que vim aqui a este cantinho pela última vez.

Enquanto alguns andavam às voltas com os propósitos de ano novo, eu andei às voltas com a chegada do Martim que, como todos os bebés, veio quando quis e sem manual de instruções. Mas pelo menos as ameaças prévias serviram de treino para evitar o pânico da hora H e correu tudo lindamente quando o rapaz decidiu espreitar o que havia cá fora.

Nasceu pequenino como se esperava, mas com uma força e uma energia que compensam o estar por baixo do percentil "normal". Por falar nisso, alguém me explica a obsessão de algumas mães com os percentis??? Ou sou novata ou não percebo qual é o drama... Se o bebé está bem, é saudável, o que é que interessa se é mais baixinho ou mais magrinho que a "média"?! Deve haver qualquer coisa que me escapa ou então sou uma inconsciente, o que é bem possível. Aliás, o meu pensamento mais recorrente nestes días tem sido "por favor, que mais tarde não se lembre do quão desastrada é a mãe". Às vezes penso em começar a juntar uns euritos para a indemnização que nos vai pedir daqui a uns anos:)

Estas semanas têm sido uma loucura. O normal nestes casos, portanto. Será que respira? Por quê é que não se mexe? Enfia-se um dedo na barriguinha e reage, boa! Agora sou eu que posso respirar. Chora por quê? Tem fome? A fralda está suja? Tem cólicas? Tem frio? Quer mimos? E depois dos primeiros dias de hiperventilação e tensão generalizada, depois do ataque de nervos resultante da falta de sono e do cansaço, depois de começar a conhecer pouco a pouco este ser que veio ao mundo, o que querem dizer os seus sinais, começo eu própria a adaptar-me a esta vida nova. E à nova vida que convive connosco.

Não é fácil. Desconfio de quem disser o contrário. Mas não há desafio mais estimulante e gratificante. Confesso que estou enamorada do nosso pequeno rebento e, apesar de ainda estar a processar esta nova identidade, não trocava esta experiência por nada no mundo. Mesmo que esteja a escrever este post ao mesmo tempo que almoço e falo ao telefone. Deve ser isso da polivalência, lol.

O importante é que estamos todos onde temos que estar. E sempre a aprender. E a partilhar.

Até breve.

M.