Cada vez que olho para as pessoas que me rodeiam vou conseguindo perceber com maior nitidez a razão pela qual se cruzaram no meu caminho.
Algumas permanecem desde há muito. Estão lá sempre. Mesmo que se passem meses, às vezes anos sem nos vermos, mas sempre que a ocasião se proporciona é como se não tivessem existido interrupções. Tudo flui e prossegue naturalmente.
Há outras que chegam, estão e num dado momento partem. Nalguns casos de forma abrupta, até mesmo traumática. Mas passado algum tempo tambem essas peças encaixam no puzzle que configura a nossa existência.
Durante muito tempo desejei com todas as minhas forças que todos permanecessem. Que fizesse parte das suas escolhas, o que inevitavelmente conduz a uma deriva na procura da aceitação. Querer agradar a todos, gregos e troianos, sem saber muito bem por quê e perdendo de vista quem era no meio destas relações tão dispares. E quando se age assim tomam-se más decisões. Daquelas que nos envergonham, que queríamos apagar da nossa historia de vida.
Felizmente também são esses processos mais negros que nos dão a oportunidade de crescer. De nos centrarmos em quem somos, no que podemos oferecer e no que precisamos - e estamos dispostos - a receber.
Esta reflexão surge a propósito da M., uma pessoa com que me cruzei quando nasceu o Martim.
No passado teria procurado agarrá-la com todas as minhas forças. Mas não é assim.
Reconheço que está aqui, neste momento, para me indicar algumas portas e janelas no meu processo de crescimento pessoal. Isso não significa que as vá atravessar de mão dada comigo. Mas eme stá aqui. E eu olho para o que vai mostrando e experimento a total liberdade, qual borboleta, de voar e poisar onde bem me apetece. Ás vezes poiso e ela está lá. Outras vezes não me interessa nada a paisagem por onde deambula e fico onde estou. E é tão bom ter esta liberdade e esquivar as minhas própias rasteiras.
Obrigada M.
M.