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"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

18 julho, 2012

La plenitud (o el primer post en español).

Desde el primer momento en el que decidi inaugurar este rincón que había decidido hacerlo en português. Porque es mi idioma, porque hay expresiones e ideas que nos salen mejor en nuestra lengua de origen, porque era también una forma de compartir mis momentos con mi gente de allí.

Pero luego me di cuenta que al hacerlo excluía de este espacio a mi gente de aqui, que también forma parte de mi vida y con quién comparto muchas de las divagaciones que dejo aqui plasmadas.

Así que, buscando la solución intermedia y subir algunos posts en portugués y otros en español, una verdadera mezcla ibérica, que a dia de hoy es lo que mejor me define: un mix.

Y por qué el título de "La plenitud"?? Pues el otro día mientras leía el blog de mi amiga MM (en portugués, sorry) me inspiraron sus reflexiones sobre la felicidad y sobre como bajo la apariencia de la normalidad y de la continuidad, todo había cambiado para encontrarse en su sitio.

Hace tiempo que venía experimentando la sensación de que estaba en el limbo, a camino de algún lugar, de algo que no sabía lo que era, como en transición para otro momento vital. Y a pesar de que aparentemente nada ha cambiado, esa sensación ha desaparecido. Simplemente estoy. Soy. Sin saber o pensar en qué será mañana.

Para mi es lo más cerca a la plenitud que jamás he experimentado. La sensación de que todo está en su sitio, aunque no exista un sitio definido, concreto.

Las risas y confidencias compartidas con los amigos. La empatia con los que compartimos distintos momentos de nuestras vidas. El encuentro con nuestra pareja. El sol que nos calienta en estos días de verano. El equilibrio. Todo eso debe de ser la plenitud. Sea lo que sea, me gusta.

M.




08 julho, 2012

Toucados.

Um dos entretenimentos da tarde de ontem consistiu na observação, comparação e crítica dos toucados que as espanholas adoram em usar nos casamentos.

Estava eu sentadinha com umas amigas numa esplanada do Espolón, uma espécie de Plaza Mayor aqui de Logroño, a falar de férias, viagens e afins quando ficamos as tres estupefactas perante o desfile de vestidos de cerimónia que começou a ter lugar diante dos nossos olhos e que durou mais ou menos uma hora.

É que o Espolón é o ponto de encontro e partida em autocarro dos convidados, qual excursionistas, para algum dos muitos restaurantes e salas de festas que existem nos arredores. A cerimónia normalmente tem lugar numa das igrejas do centro histórico e depois seguem todos para a festarola. E nós ontem tínhamos um lugar privilegiado para a observação de modelitos. E, claro, havia para todos os (des)gostos:)

A questão da indumentária de cerimónia é algo que muitas mulheres espanholas levam muito, muito a sério, investindo autênticas fortunas em modelos (alguns inexplicáveis) que raramente repetem noutras ocasiões. Claro que estou a generalizar, porque a maior parte das minhas amigas recicla, recorre ao armário de outras amigas e não mata a cabeça com estes assuntos. Mas, que las hay, hay:)

Tivemos o prazer de observar de tudo. Desde vestidos compridos que brilham na escuridão e que não deviam aproximar-se de fontes de ignição, just in case; aos que competiam pelo minimalismo de tamanho (se alguém se lembra da menina grega da eurovisão deste ano, eram nessa onda), aos saltos vertiginosos que obrigam a posturas caminhantes no mínimo bizarras, e esse complemento que dá título a este post: os toucados.

Como adereço em si há alguns que são verdadeiras obras de arte, bonitos, elegantes. Outros são... Digamos, espantosos (de espanto!!). E não sei por quê, mas a mim parece-me que nem todos ficamos bem de toucado... (nunca experimentei, mas estou aberta a novas sensações, lol). Sei lá, é como os shorts, são super elegantes, ou assustadores, dependendo das pernocas que lá vão dentro.

É isto é uma opinião de uma "guiri" forma carinhosa que os espanhóis utilizam para se referir aos estrangeiros que desfilam pelo país estilo gamba (do escaldão) e que usam sandália com soquete branco. Não é o meu caso, mas sou "guiri" pelo que me estão permitidas certas combinações impossíveis para os nacionais. O casaquinho de malha sempre à mão é uma delas.

Acontece que muitas manhãs o princípe me diz, qual carneiro prestes a ser degolado "ehem, Marta, acho que esses sapatos não ficam nada bem com esse vestido...". Ao que eu respondo "achas??? Olha paciência, já os tenho postos e não me apetece calçar outros".

Quer-me parecer que algumas das senhoras com toucados também não ligaram nada aos maridos-assessores de imagem.

M.

"De Rodríguez".

Este fim de semana estive "de rodriguez". Passo a explicar esta pérola idiomática e cultural de nuestros hermanos.

A expressão "de rodríguez" aplica-se a uma realidade que começou a verificar-se nos anos 70, mais coisa menos coisa, e se refere à debandada generalizada das esposas e filhos para os pueblos - ou para as costas no caso dos mais adinheirados com segundas residências na praia - a partir de finais de junho e durante o mês de julho, até que em agosto o chefe de família tinha férias e se reunia ao resto da familia.

Para os machos latinos, apelidados genericamente "rodríguez", esta experiência tinha um sabor agridoce. Doce porque eram "livres" para fazer o que bem entendessem sem o controle social das mulheres (as suas e as dos amigos), o que invariavelmente remete para o imaginário das noitadas de copos e seduçao com os restantes "rodriguez" pelos bares das cidades (há vários filmes desta década bastante ilustrativos deste conceito). Agrio porque supostamente estamos a falar de uma geração de ineptos nas lides domésticas (outra leitura é a de que se tratava de uma sociedade bastante machista a este respeito) que esgotavam a roupa limpa, não comiam nunca em casa dado que não sabiam estrelar um ovo, e que bem lá no fundo estavam desejosos de regressar ao regime de "tudo incluido", vigente durante o resto do ano.

Os tempos mudaram mas a expressão ficou. Tanto serve para homens como mulheres que, em momentos pontuais, passam uns dias sozinhos em casa, sem a companhia dos respectivos, dias que se aproveitam para fazer o que nos da na real gana, para nao ter obrigações, uma especie de liberação da rotina.

E pronto, depois da explicação cultural, resta-me dizer que o meu príncipe foi a uma despedida de solteiro de um amigo e eu fiquei com dois dias e meio pela frente só para mim. Yeiiiiiii:)

Claro está que de tudo o que pensava fazer não fiz nem um terço (característica típica de estar "de rodríguez"). Primeiro porque tive a má sorte de acumular um entupimento que além de umas décimas de febre não me deixou respirar e descansar durante a noite. E depois porque já estou altamente espanholizada no que se refere à galderice. E o que era suposto ser uma cervejola na esplanada às 6h da tarde transformou-se numa sessão de galhofa que durou até às 11 da noite, sexta e sábado.

Ainda assim dei um saltinho às "rebajas" e comprei um vestido onda surfista da Quicksilver e um pijamita na Womens Secret. Além de ter deitado o olho a mais umas quantas coisitas, entre elas um bikini na Vanity Fair, mas que requer uma segunda opinião de alguém que não ganhe comissão com a sua venda.

E pronto, hoje o dia já vai adiantado e ainda não fiz nada de jeito. Bem, ouvi pela terceira vez o Cd que me gravou a professora de danças orientais, tomei um pequeno almoço demorado na pastelaría a que costumo ir aos domingos, li o editorial do A. Pérez-Reverte de quem sou fã por ser tão políticamente incorrecto e por partilhar grande parte das suas opinões, e agora estou aqui a escrever este post.

Se estar de rodríguez não é isso, então não sei o que será:)

De qualquer forma, quando o príncipe regressar esta noite, o dia vai ser ainda melhor.

M.

05 julho, 2012

Relativismos.

Enquanto observo como o pessoal começa a desaparecer para gozar das suas férias, fins de tarde na piscina e fins de semana na casa da terra, invariavelmente mais fresquinha que as cidades onde habitamos, faço o que posso para amenizar a espera pela chegada desses dez dias que vão saber a glória e que me vão permitir introduzir uma especie de pausa no espaço e no tempo para, de verdade, viver o "aqui e o agora". Sem preocupações. Sem expectativas. (Vá, ok, só uma, que o S. Pedro ajude e que não chova nem faça frio).

Não sei por quê, mas nas férias parece que é mais fácil por em prática esta máxima que deveria de estar presente todos os dias, durante todo o ano.

A vida é tão fugaz. Tudo pode mudar num instante. E nada volta a ser como antes.

E quando pensamos no "desgraçadinhos" que somos porque não conseguimos alcançar um qualquer objectivo profissional, porque não temos guito para comprar esse automóvel que nos ia ficar a matar, ou para ir de férias para um qualquer destino exótico, devíamos parar uns segundo e relativizar. Como nem sempre o fazemos, às vezes somos impelidos a isso.

Esta semana uma amiga contou-me um bocadinho da sua história de vida. E eu, que até esse instante pensava que o meu percurso pessoal até nem tinha sido dos mais fáceis, e conhecendo algumas histórias de rupturas, doenças e acontecimentos mais ou menos traumáticos de pessoas que me são próximas, nunca, nunca, nunca, poderia imaginar uma situação assim. Senti-me pequenina, pequenina, pequenina, insignificante mesmo, mas no bom sentido. Não sei se me explico. Pequenina face à grandeza de quem tinha ao lado, insignificante no meu suposto sofrimento que, comparado como o que me contou, se pode classificar como um agradável e sereno passeio pelas nuvens.

E de repente dei por mim a imaginar uma Meryl Streep a protagonizar esta biografia, num desses filmes que já não se fazem e que nos fazem encolher o coração e deixar de respirar até chegar o merecido final feliz.

E perante uma partilha destas o que dizer?!! A única coisa que me ocorreu foi gritar uma espécie de olé, olé, olé de admiração porque qualquer comentário seria tão insignificante como trivial. Olé, olé e mais olé.

E agora gosto ainda mais deste minha amiga.

E sei, positivamente, que há sempre um caminho à nossa espera.

M.

02 julho, 2012

Cheirinho a férias.

Este fim de semana decidimos oferecer-nos um capricho e escapar para a costa basca para mudar de ares e carregar as pilhas para conseguir atravessar o mês e meio que ainda nos falta para as nossas curtas e ansiadas férias.

Um destino a duas horas de distância mas que nos transporta para uma paisagem a meio caminho entre os alpes suiços e o Mónaco, não que eu tenha estado em nenhum destes sítios mas é assim que os imagino.

Montanhas, vales e bosques, estradas que serpenteiam os montes, sobe e desce constante, escadinhas, escadas rolantes e elevadores nos pueblos e o mar ao lado.

Que saudades do mar!!!!!!

Mas como não há bela sem senão... O tempo é muito caprichoso!! Tres horas de sol muito bem aproveitadas e de repente o céu tornou-se negro, a chuva miudinha instalou-se e a temperatura desceu vertiginosamente. É caso para dizer, "foi bom enquanto durou!".

Ainda assim valeu a pena conhecer novas paragens, comer peixinho fresco, observar como vivem e se divertem os locais. É que no País Basco há uma verdadeira obsessão com as actividades ao ar livre -apesar do tempo não encorajar-. Há quase tantas bicicletas como carros pelas estradas, e só de ver como sobem as ladeiras, uiiiii. Qualquer monte serve para passear. Andam pelas estradas. Fazem regatas de traineiras. Jogam à pelota basca usando como único acessório a mão... Oh lord, só de pensar nisso fico cansada.

Vou alí esticar-me no sofá e repor forças. Com uma fatia de bolo e um chá preto geladinho.

M.