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"Não há nada que não se consiga com força de vontade, com bondade e,sobretudo, com amor". M. Cicero

06 março, 2012

Memórias e maracujás.

Todos nós somos feitos de memórias. Fazem parte do passado e de quem fomos, mas também fazem parte do presente e explicam muito do que somos. Há recordações que aquecem o coração. Cheiros, sabores, sensações que nos transportam para outra dimensão, onde o espaço e o tempo não existem, e onde podemos permanecer quanto quisermos e precisarmos. Há outras memórias mais dolorosas, que às vezes pensamos que preferíamos esquecer, ou pelo menos esconder, dissimular assim num cantinho bem remoto de forma a impedir que nos visitassem no presente e trouxessem de volta todas essas emoções que preferíamos apagar e ignorar. Mas como diz uma dessas frases estilo 'fortune cookie' de filme americano dobrado em espanhol: "la vida es como una naranja. Por fuera bonita. Por dentro puede resultar ácida, pero nuestra obligación es pelarla y comerla!" Nem mais. Faz tudo parte da mesma essência, o doce e o ácido. Só assim se explica a minha fixação pelos maracujás... Portanto, esta semana tenho um tpc pessoal. Aceitar que os 'recuerdos' menos bons são os que dão esse toque de acidez tornam aos outros ainda mais docinhos. E que as memórias que vale a penar recordar, merecem ser incorporadas no dia a dia, não só na lembrança, mas também no pensamento e na acção. Porque há pessoas, momentos e experiências que merecem viver. M.

3 comentários:

Ana disse...

Sem duvida... tudo o que vai ficando para tras e responsavel pelo que nos vamos tornando... Não sei se nos transforma se nos embrenha mais e mais naquilo que é realmente a nossa essencia. Mas a forma como lidamos com o doce e o amargo é importante, parece-me, principalmente no momento. Depois fica o que tem de ficar, e passa o que tem de passar. Não me parece essencial constituir e arrumar propositadamente memórias de tudo isso. Sim, sem duvida, há pessoas e momentos que merecem viver para sempre. E tenho exatamente essa sensação de incorporação de que falas. Essas pessoas e momentos não precisam ser recordados, porque como que respiram connosco, como que caminham ao nosso lado, como que sentimos a sua presença nos momentos mais inesperados, assim como nos momentos em que esperamos efetivamente por essas memórias mais ou menos distantes... mais ou menos reais... E o melhor... Ah! O melhor é quando elas tomam forma e podemos tocá-las...

Patrícia Fernandes disse...

As memórias das pessoas, dos momentos, dos cheiros, das experiências que vivemos e que conhecemos, pertencem-nos, fazem de nós parte, coabitam dentro das nossas vidas e de alguma forma permitem-nos crescer...Todas elas boas ou más, arrebatadoras ou devastadoras, furiosas ou fenomenais, merecem-nos respeito e ser lembradas, por mais que nos custe e nos doa, ou que nos façam simplesmente flutuar, por mais acre ou açucaradas que sejam, fazem parte do nosso "eu".. arrumadas em gavetas ou dispersas pela nossa mente e/ou coração, elas permanecem e ganham formas e sentido, e é bom revisitá-las de quando em vez..senão todos os dias... depende do momento, do nosso pedaço de história, que estamos a viver ou a saborear, seja um maracujá, uma laranja, ou neste caso para mim (alérgica à vitamina C)uma bonita maçã!
Pat

Marta Anico disse...

Minhas queridas, sorry pela demora no feedback mas estive "ausente" uns dias que até serviram para pacificar algumas dessas memórias de que falávamos. Das que nao se constroem simplesmente porque existem e permanecem. E embora nao tenha tido experiências corpóreas como as que descreve a C. (o que quer que seja que andas a fumar, partilha sff) sinto o aconchego necessário quando faz falta. Besos